Quis escrever um poema sobre o fim de um amor, mas não há rima, não há palavras, nada fazia sentido, nada podia ser cantado, a caneta ficou pousada na mesa, a tecla nem se moveu, apenas pairou o silêncio e mais nada.
Quando um amor acaba não é assim, de repente. Pode acabar a relação, o contacto físico, os sentidos podem ficar desorientados e a vida parece perder todo o sentido. Chora-se. Ah! Sim! Chora-se muito. O frio é mais frio, o calor não aquece! Aquela pessoa já não está ali. Depois começa-se a perguntar porque tudo teve de terminar. A ausência perturba o pensamento. Passa-se do remorso à raiva, em menos de um minuto, começa-se a apelar à memória que nos atraiçoa, tal como essa pessoa, trazendo-nos momentos idílicos para que o sofrimento seja maior, e os maus momentos onde estão guardados? Onde ficam aqueles momentos que nos levaram à separação? Com esforço, como se fizéssemos um exame, consegue-se trazer à toa uma discussão, aquele dia, aquela semana, aquele momento em que foi preciso dizer: “Não! Basta!”
Mas não chega, o tempo passa e o amor persiste em continuar, já não há raiva, nem emoção, apenas uma ténue luzinha de esperança. Essa pequena luzinha leva-nos ao reino da ilusão, deixando de fora a frustração. O amor outrora tão real torna-se numa imagem virtual, onde se espelha o rosto de alguém que teima em permanecer.
Porém, um dia a realidade toca-nos no ombro e diz:
“Acorda, não vale a pena!”
A luzinha ténue extingue-se, como se um sopro de vento a levasse de vez. O amor acabou. Morreu. Assistimos ao seu fim, sem uma lágrima, num misto de pena e de recordações desfocadas. Talvez seja por isso que o poema não sai, não há senão a palavra fim.
Quando o amor acaba, a liberdade começa!
Porque demorámos tanto tempo a deixá-lo morrer, se ele nos pedia o fim que lhe negávamos?
Quando o amor acaba, a vida começa … e quem sabe? …Outro amor virá. Algo fica, nem que seja a vontade de amar outra vez e talvez seja agora que dure (ou pelo menos o pensamento deve ser esse!).
Tal como dizia Vinicius de Morais: “O amor é eterno enquanto dura.”
Tudo morre, para recomeçar de novo.
Dia 6 de Abril de 2009, dia que MARCOU! Agora resta-me apenas recordar os momentos de Alegria [פּטט]*
"FOSTE O PRIMEIRO MAS NÃO ÉS O ÚNICO!"
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